Esta história era contada num certo livro pagão.
Um poderoso ente sobrenatural, criou um ser ao qual ofereceu com generosidade diversos dons: deu-lhe uma vista sagaz, um ouvido excelente, movimentos, sentidos, saúde, força, mente e pensamentos alegres. Depois, deu-lhe um saquinho grande e leve e mandou-o para o mundo dizendo:
- Aqui tens um tesouro muito valioso. Não o conseguirás obter nem com trabalho, nem com a mente, nem com a força; mas enquanto não o gastares não morrerás. E se, na vida, conseguires usar bem esta riqueza, podes conquistar muitas coisas, porque esta será a tua mais segura ajuda em tudo.
E largou a sua criatura na Terra.
O ser voou, abrindo os braços como asas e faltou-lhe a respiração, tão de repente desceu, mas no fim tocou com os pés na terra, ressaltou, saltou e ficou de pé.
Ah!! Expirou de alívio e de tão cansado espirrou.
Olhou para si – estou inteiro e com o saquinho na mão. Ah! Ah! Este é o meu tesouro. Desejou vê-lo. Humm, nada de interessante, - algum pó brilhante, como o dos diamantes, muito fininho e levezinho, que como o pólen cai por todo o lado, brilha no ar, apaga-se e desaparece.
O sábio ser pensou e acenou com a cabeça.
- Não gastes isto- murmurou- fácil de dizer, como não o gastar, quando o pó voa sozinho ao vento? E como o poderei proteger ? Bem, não me vou preocupar com isso agora que vejo na minha frente tantas coisas bonitas.
O sol irradiava rios quentes de luz dourada, o céu claro brilhava num azul límpido, as flores emanavam à sua volta um odor maravilhoso e nas árvores os frutos deliciosos eram uma tentação.
Depois de alguns dias a saborear de tudo e a conhecer a região, pensou, - este ente sobrenatural é bom, deu-me juízo, assim pelo menos sei como posso organizar melhor a minha vida. Preciso construir uma casa, porque sem um abrigo a noite é desagradável e insegura; e porque as árvores com frutos estão longe vale a pena plantar, perto de casa, as que dão os melhores frutos.
Mas não lhe apetecia ainda começar a trabalhar; que se conheça melhor o mundo, que se observe tudo, que se goze das coisas que dão prazer.
Passaram alguns anos. Ainda não tinha casa nem árvores, não as tinha ainda plantado nem construído a casa. Mas decidiu faze-lo proximamente porque estava farto de dormir nas árvores e sentia a falta de um telhado.
Tinha também outros planos, entre os animais encontrou alguns com utilidade, pacíficos e que precisavam de ajuda, se os domesticasse e criasse poderia ter roupa quente e comida saborosa. Seria bem divertido.
Sim, preciso de tratar disso, pensou.
Muitos, muitos anos de novo passaram.
Ainda não existe a casa nem as árvores estão plantadas nem os animais domesticados, mas agora sim vai tratar disso no futuro próximo, só descansa um bocadinho. Mas, concluí, dado que até agora conseguiu viver sem abrigo, prova-se que este não era necessário. Ainda por cima o tempo está quente - para apanhar as frutas tinha que ir longe, mas não podia fazer um pomar perto de casa porque não tinha casa: E o mesmo raciocínio se aplicava em relação aos animais.
Mas neste momento outra coisa acontece, sente-se fraco e precisa de conforto.
Agora só descansa um bocadinho, decide ir já construir a casa, plantar as árvores, criar algumas ovelhas e encontrar uma mulher porque quer ter filhos e uma empregada em casa.
Só descanso mais um bocadinho.
E espera, enquanto descansa, mas as forças não voltam, levanta-se pesadamente, anda com dificuldade, e nem pensar em trabalhar.
A casa com telhado, com portas, confortável dava jeito e uma boa mulher também. Onde vou ganhar forças?
De repente lembrou-se do enigmático pólen brilhante como diamantes. E, recordou-se que o ente sobrenatural lhe tinha dito que enquanto o tivesse não precisava de ter receio da morte e que quase tudo podia conquistar com a ajuda daquele tesouro de valor incalculável. Talvez seja um medicamento que me vai recuperar as forças?
E começou a procurar o saquinho. Não tinha pensado nele durante todos estes anos. Encontrou-o finalmente mas quase vazio, o pó só já existia no fundo, quando zangado começou a acusar o ente sobrenatural de o ter enganado com uma falsa jóia, o resto do pó voou, brilhou no sol como diamantes e desapareceu. E nesse mesmo momento o homem morreu.
Pouco tempo depois a sua alma apareceu à frente do ente sobrenatural e este disse-lhe severamente:
- Envergonhas-me, pensava que eras um ser com juízo, que ias deixar alguma coisa na Terra e que sozinho serias feliz, porque sabias organizar a tua vida. Tiveste tempo para isso e o que é que fizeste com ele? Deixaste voar futilmente um momento após o outro e só te lembras-te dele quando já tudo tinha acabado. O que é que fizeste na vida? E o que é que fizeste com o tempo? Explica-me tudo, presta-me contas!
Um poderoso ente sobrenatural, criou um ser ao qual ofereceu com generosidade diversos dons: deu-lhe uma vista sagaz, um ouvido excelente, movimentos, sentidos, saúde, força, mente e pensamentos alegres. Depois, deu-lhe um saquinho grande e leve e mandou-o para o mundo dizendo:
- Aqui tens um tesouro muito valioso. Não o conseguirás obter nem com trabalho, nem com a mente, nem com a força; mas enquanto não o gastares não morrerás. E se, na vida, conseguires usar bem esta riqueza, podes conquistar muitas coisas, porque esta será a tua mais segura ajuda em tudo.
E largou a sua criatura na Terra.
O ser voou, abrindo os braços como asas e faltou-lhe a respiração, tão de repente desceu, mas no fim tocou com os pés na terra, ressaltou, saltou e ficou de pé.
Ah!! Expirou de alívio e de tão cansado espirrou.
Olhou para si – estou inteiro e com o saquinho na mão. Ah! Ah! Este é o meu tesouro. Desejou vê-lo. Humm, nada de interessante, - algum pó brilhante, como o dos diamantes, muito fininho e levezinho, que como o pólen cai por todo o lado, brilha no ar, apaga-se e desaparece.
O sábio ser pensou e acenou com a cabeça.
- Não gastes isto- murmurou- fácil de dizer, como não o gastar, quando o pó voa sozinho ao vento? E como o poderei proteger ? Bem, não me vou preocupar com isso agora que vejo na minha frente tantas coisas bonitas.
O sol irradiava rios quentes de luz dourada, o céu claro brilhava num azul límpido, as flores emanavam à sua volta um odor maravilhoso e nas árvores os frutos deliciosos eram uma tentação.
Depois de alguns dias a saborear de tudo e a conhecer a região, pensou, - este ente sobrenatural é bom, deu-me juízo, assim pelo menos sei como posso organizar melhor a minha vida. Preciso construir uma casa, porque sem um abrigo a noite é desagradável e insegura; e porque as árvores com frutos estão longe vale a pena plantar, perto de casa, as que dão os melhores frutos.
Mas não lhe apetecia ainda começar a trabalhar; que se conheça melhor o mundo, que se observe tudo, que se goze das coisas que dão prazer.
Passaram alguns anos. Ainda não tinha casa nem árvores, não as tinha ainda plantado nem construído a casa. Mas decidiu faze-lo proximamente porque estava farto de dormir nas árvores e sentia a falta de um telhado.
Tinha também outros planos, entre os animais encontrou alguns com utilidade, pacíficos e que precisavam de ajuda, se os domesticasse e criasse poderia ter roupa quente e comida saborosa. Seria bem divertido.
Sim, preciso de tratar disso, pensou.
Muitos, muitos anos de novo passaram.
Ainda não existe a casa nem as árvores estão plantadas nem os animais domesticados, mas agora sim vai tratar disso no futuro próximo, só descansa um bocadinho. Mas, concluí, dado que até agora conseguiu viver sem abrigo, prova-se que este não era necessário. Ainda por cima o tempo está quente - para apanhar as frutas tinha que ir longe, mas não podia fazer um pomar perto de casa porque não tinha casa: E o mesmo raciocínio se aplicava em relação aos animais.
Mas neste momento outra coisa acontece, sente-se fraco e precisa de conforto.
Agora só descansa um bocadinho, decide ir já construir a casa, plantar as árvores, criar algumas ovelhas e encontrar uma mulher porque quer ter filhos e uma empregada em casa.
Só descanso mais um bocadinho.
E espera, enquanto descansa, mas as forças não voltam, levanta-se pesadamente, anda com dificuldade, e nem pensar em trabalhar.
A casa com telhado, com portas, confortável dava jeito e uma boa mulher também. Onde vou ganhar forças?
De repente lembrou-se do enigmático pólen brilhante como diamantes. E, recordou-se que o ente sobrenatural lhe tinha dito que enquanto o tivesse não precisava de ter receio da morte e que quase tudo podia conquistar com a ajuda daquele tesouro de valor incalculável. Talvez seja um medicamento que me vai recuperar as forças?
E começou a procurar o saquinho. Não tinha pensado nele durante todos estes anos. Encontrou-o finalmente mas quase vazio, o pó só já existia no fundo, quando zangado começou a acusar o ente sobrenatural de o ter enganado com uma falsa jóia, o resto do pó voou, brilhou no sol como diamantes e desapareceu. E nesse mesmo momento o homem morreu.
Pouco tempo depois a sua alma apareceu à frente do ente sobrenatural e este disse-lhe severamente:
- Envergonhas-me, pensava que eras um ser com juízo, que ias deixar alguma coisa na Terra e que sozinho serias feliz, porque sabias organizar a tua vida. Tiveste tempo para isso e o que é que fizeste com ele? Deixaste voar futilmente um momento após o outro e só te lembras-te dele quando já tudo tinha acabado. O que é que fizeste na vida? E o que é que fizeste com o tempo? Explica-me tudo, presta-me contas!
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